domingo, 12 de maio de 2013

Formas livres, presas e dependentes!



Vamos começar com a distinção de “morfema” e “morfe”.
Morfema: é a menor unidade significativa da palavra. O morfema tem a propriedade de articular-se com outras unidades de seu próprio nível.
Ex: Ferreiro – Ferr/eiro – Ferr: raiz = (Morfema)
                            eiro: sufixo = (Morfema)

Morfe: Definição a partir da dualidade abrstrato-concreto: é o segmento mínimo significativo recorrente que representa um dado morfema.
Ex: o morfe –s, em pedras, representa o morfema “plural dos nomes”.
É importante para a compreensão do comportamento dos morfemas, a distinção que Bloomfield (1933) faz entre formas livres e formas presas, com o acréscimo das formas dependentes de Câmara Jr (1970).
As formas livres constituem uma sequência que pode funcionar isoladamente como comunicação. Se alguém disser a palavra “fogo”, haverá pessoas que vão começar correr, outras vão ligar para os bombeiros, mas com certeza todos vão compreender a situação. A palavra “fogo” é, uma forma livre, não precisa da companhia de outros vocábulos.
A forma livre também pode ser usada em diálogos, perguntas ou respostas.
Ex:      - Você vai à festa? 
           - Sim.
           - Onde?
           - Lá.
     Os termos, sim, onde, lá, são formas livres. 
     As formas presas não têm sentido sozinhas, só funcionam ligadas a outras. No texto de Valter kehdi a definição de formas presas “(quando as palavras aparecem atreladas, como o - s do plural em mesas)” segundo L. Blomfield. Um exemplo de forma presa é o prefixo “re”, que precisa de palavras como: fazer, criar, agir para adquirir sentido e criar outras palavras como: refazer, recriar, reagir, que traz um sentido de repetição.
     Mattoso Câmara Jr. (1970) define o conceito de forma dependente, estas funcionam ligadas às livres, mas distinguem-se delas por não funcionarem sozinhas como comunicação suficiente. Distinguem-se das presas por permitirem a intercalação de novas formas entre elas e as livres e por poderem variar de posição.
Ex: Artigos, preposições, algumas conjunções e pronomes oblíquos átonos que por si só não podem constituir um enunciado.

     Conhecendo as formas, vamos ver como uma palavra pode ser constituída:
a)   De uma forma livre mínima, indivisível: leal, luz.
b)   De duas formas livres mínimas: beija-flor, couve-flor.
c)   De uma forma livre e uma ou mais presas: lealdade, in-feliz-mente.
d)   Apenas de formas presas (afixos, prefixos e sufixos): im-prev-vis-í-vel.


Para descontrair.


 



               Na tirinha acima, o termo “socorro” no primeiro quadrinho, é uma forma livre, pois só de dizer a palavra “socorro”, já se entende que alguém está precisando de ajuda, ou correndo algum perigo, (claro, se não for o nome de alguém... kkkkkkk), sem precisar de outros vocábulos para compreender a situação. 


Um comentário:

  1. Olá, Marcos!
    Boa definição dos conceitos. Senti apenas que o quadrinho poderia ser mais utilizado; você poderia ter comentado um pouco mais sobre ele e analisado outras palavras. Observe, também, a pontuação e acentuação. Abraços :)

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